Caminhos

'O mundo, naqueles dias, me parecia um labirinto sem saída. Antes era apenas uma estrada com um fim desconhecido e com algumas surpresas. Agora, para onde quer que eu virasse encontrava uma barreira, um empecilho. Minhas decisões não pareciam corretas, meus atos deixavam a desejar, minhas escolhas não me agradavam. Quando eu achei que havia achado a saída, que ia voltar para a minha estrada, os caminhos do labirinto mudaram. Minha saída havia fugido. Claro, assim a vida é bem mais emocionante, com reviravoltas inesperadas, e as vezes indesejadas. Mas... eu gostava tanto da minha estrada segura, que só tinha alguns buracos as vezes. Em alguns becos do labirinto haviam surpresas boas, pessoas interessantes... mas sempre durava pouco, era tudo tão inconstante. Eu queria a minha estrada, queria meus poucos buracos, queria minhas surpresas dispersas, queria as curvas perigosas. E a resposta pra sair do labirinto era tão fácil... eu só precisava tomar algumas decisões. A questão era: que decisões tomar? Seriam as decisões certas? Se eu tomasse a errada iria parar em outro ponto do labirinto? Qual me faria voltar pra estrada? E a resposta era: a decisão que eu tomasse seria a certa, se eu fosse parar em outro ponto do labirinto, pode ser que fosse perto da saída, por que nenhuma decisão iria me arrancar de vez desse labirinto que eu mesma construí.'

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